Soja sem fronteiras

Durante paletsra, em São Paulo, fundados de grupo belga para agricultura sustentável fala sobre os problemas acerca da soja.

Organizada no dia 25 de março pelo grupo Oca, braço da Sociedade Vegetariana Brasileira, em São Paulo, a palestra frei belga Luc Vankrunkelsven mostrou de que maneira a soja vem destruindo o meio ambiente e acentuando a miséria em países subdesenvolvidos. Em visita à capital paulista para o lançamento de seu livro Aurora no Campo - Soja Diferente (ed.Gráfica Popular / 298 páginas / R$32), o fundador do grupo Wervel, que incentiva a agricultura sustentável, lembrou a necessidade de encontrar alternativas para esse grão. "O livro trata sobre as proteínas e essa independência entre os continentes. Mas fala também sobre as alternativas, pois não precisamos comer soja para sermos vegetarianos. Toda essa soja produzida atualmente pode ser uma solução para a fome no mundo, pois são 8555 milhões de pessoas com fome. Não estou dizendo que eles não tem que comer apenas soja, mas vejo como ato criminoso a soja ir para animais."
O teólogo, que também é consultor da Fetraf Sul (Federação dos trabalhadores na Agricultura Familiar), afirma que desde 1962 a soja brasileira não encontra barreiras alfandegárias na Europa e que, portanto, é difícil para o pequeno grupo agricultor europeu produzir outras fontes de proteína, como tremoço - "a soja do norte" - a preços acessíveis. Além disso, é preciso muita terra para produzir o que a demanda atual exige. "A soja em si não é um problema, mas sim os 70% 80% cultivados no mundo e que são destinados a ração animal. Um grande volume vai para suínos e frango. Até mesmo as vacas comem essa ração, mas em menor quantidade. As vacas leiteiras da Holanda, por exemplo, que precisam produzir até 10mil litros de leite por ano, recebem muita soja. Há 15 anos, esse grão também vai para os peixes de diferentes países. O salmão da Noruega, por exemplo, é muito barato na Bélgica porque 50% da ração desse salmão é de soja do Brasil, da Argentina, Paraguai ou da Bolívia, e 50% é farelo de peixe do peru."
Outro problema apontado por Luc é a exclusão social causada pelo avanço da soja. Ele explica que depois da Revol~ução Verde - ocorrida a partir da década de 1950, período em que as lavouras dos países menos desenvolvidos começaram a se mecanizar e os fertilizantes químicos passaram a ser utilizados -, os pequenos agricultores se viram submetidos ao mercado das grandes cooperativas e não encontraram muita saída. "Atualmente, no Maranhão, os caboclos vêm sndo expulsos de suas terras porque a soja está avançando. O grão está sendo cultivado na região porque em São Luis está localizado o porto mais perto da Europa. Mas desta vez não é mais só para ração animal, é também para o biodiesel. No Brasil, nos últimos 30 anos, o número do êxodo rural chegou a 27 milhões de pessoas. Muitos dos ex-agricultores estão agora nas favelas."
Promotorda campanha "Pense globalmente. Alimente-se localmente", que incentiva o consumo de alimentos produzidos em locais próximos, Luc alerta para os perigos que a pirâmide soja-carne-carro está ocasionando. "O problema da monocultura da soja é central para mim, mas também o consumpo de carne. Todos falam dos males dos carros, mas o transporte no mundo é responsável por apenas 14% do aquecimento global. A produção de carne é de 18%, mas ninguém fala sobre isso. Quando pararmos ou diminuirmos o consumo de carne e o uso do carro, teremos mudado muito."
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O texto já fala por si próprio, mas é sempre bom fzer um comentário não?
Com esse texto podemos ver como a carne é valorizada e a soja desvalorizada, e vale ressaltar que se todas as áreas de produção de carne fossem usadas para plantações, não haveria fome no mundo.
É a vida é a vida.......

Abraços

WaRR

Fonte: Revista dos Vegetarianos. Ano 2. Número 19. Editora Europa. Mai 2008. Pág 8.

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